As reproduções fotográficas a seguir são oriundas dos mosaicos de fotos, representando cenas entre as décadas de 60 a 90.
“Mauricinho Hippie
– entre arte e vida – ser ou não ser”.
textos
Maurício Vicente de Oliveira –
o Mauricinho
Maurício Vicente de Oliveira, o Mauricinho “abalava” sempre que aparecia publicamente nos idos anos 60 e 70 do século passado em Goiânia; numa época em que os jovens, no mundo inteiro, por meio da “contracultura”, puseram em xeque a cultura Ocidental de origem mediterrânea e a supremacia do homem-branco-macho-adulto-sempre-no-comando. Esses jovens buscavam se libertar dessa tutela por meio da transgressão das formas culturais vigentes, impostas por uma sociedade velha e decadente, destruída já por sucessivas guerras que ceifaram as vidas de muitos jovens. Estes reagiram, naquele momento, por meio de uma arte crítica e totalmente renovada: neo-Dadá, neoconstrutivista e pós-moderna, na qual a própria cidade passou a ser o suporte ideal das suas ações e intervenções ou derivas de toda espécie. No próprio campo da representação, ganhou ênfase a não-representação através do teatro do absurdo de Artaud e Jarry a Beckett, levando à superação não só da ideia de autor, mas a ideia mesma de representação, ao por em cena o próprio público como o fez Zé Celso no teatro oficina: “tupy or not tupy”. Em Goiânia essas questões não passavam despercebido e o jovem Maurício certamente não ficou imune a tais transformações.... afetado em seu próprio corpo pelo conservadorismo da sociedade goiana, Mauricinho foi praticamente levado a reagir e se manifestar para poder se impor e resistir, levando sempre uma mensagem de paz e amor. Quem teve o privilégio de ver Mauricinho em uma de suas “aparições” (até os anos de 1990, quando um acidente o força interromper) certamente não tem dúvidas de que esteve diante de um fenômeno artístico ou de uma obra de arte. Sua irreverencia causava vertigem, sobretudo, nas cabeças dos jovens que, como eu, vindo do interior, acabara de chegar à capital.
Das suas inúmeras aparições restaram algumas imagens que dão uma pálida noção da força que nutria suas ações, embora forneçam delas um valioso registro por meio do qual Maurício Vicente de Oliveira ficará para sempre gravado na história desta cidade como O mauricinho hippie – artista e criador da feira Hippie.
Enauro de Castro
Mauricio Hippie, o Homem que Coloriu Goiânia, por Carlos Brandão, no Jornal da Imprensa (em 30/07/2011), via Blog do Vladimir
Aos 71 anos, Maurício Vicente Oliveira guarda pouco de um dos maiores personagens que essa cidade conheceu, o colorido e contagiante Mauricinho Hippie
Aciono alguns amigos, para tentar descobrir o paradeiro de um dos caras mais importantes da história cultural e comportamental de Goiânia, o popular Mauricinho Hippie. Faço alguns telefonemas e descubro as pistas todas. Meu editor sonha com uma entrevista para a TV e para o jornal do grupo JI. Do outro lado da linha, Maurício, suavemente, explica: "Brandão, vamos fazer uma entrevista para o jornal e esquecer essa coisa de televisão." Ok, aceito.
Maurício Vicente Oliveira, 71 anos, magro, alto, cabelos brancos e voz pausada, tranqüila, mostra pouco ou quase nada do jovem que agitou Goiânia entre 1965 e começo dos anos 90. Sua história é cheia de estórias. Cada amigo ou conhecido tem um fato a mais para acrescentar. Ele assume alguns e nega outros. Em poucos desses casos, ele pede: "Vamos deixar isso de lado. Não quero falar disso mais. Os tempos passaram e não tem sentido ficar falando do que já passou."
Na hora, me lembro de Mário Quintana, falando do tenor Caruso: "Não é brinquedo estar morto e continuar cantando/ também não é brinquedo continuar vivo e ficar falando para o que passou!" O Maurício poeta, por um instante, se encontra com o poeta Quintana. Como eu dizia, Mauricinho Hippie agitou e coloriu Goiânia por mais de 20 anos. Suas roupas extravagantes, seus animais e sua bicicleta coloridas fizeram dele um personagem inesquecível, para quem viveu na cidade, nessa época.
Uma das lendas sobre o cara, confirmada por ele, é o ano e a motivação que o fez passar a usar roupas totalmente não convencionais. Em 1965, o pai de Maurício, insatisfeito com os caminhos artísticos que o filho resolveu seguir, pegou seus poemas, letras de músicas, partituras, telas e desenhos e...
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